Pernas saudáveis com veias visíveis circulando sangue, exibindo músculos das panturrilhas bem definidos em ambiente claro

Se tem uma palavra que chama atenção hoje em temas de saúde e circulação, ela é “inflamação”. Nos últimos anos, estive cada vez mais envolvido em estudos sobre a relação entre alimentação, hábitos de vida e problemas vasculares, incluindo as varizes. O que vejo é que, para entender como a nutrição se conecta ao sistema circulatório, é preciso antes compreender o que significa inflamação, seus tipos e como, de fato, as nossas escolhas à mesa impactam o corpo todo.

Entendendo a inflamação: do corte à cronicidade

Quando falamos em inflamação, muita gente só pensa no incômodo: dor, vermelhidão, temperatura elevada. No entanto, existe uma diferença grande entre a inflamação aguda e a crônica. Desde meus primeiros estudos em medicina sempre ouvi que a inflamação aguda é sinal de que o corpo está reagindo bem.

Imagine um corte no dedo ou aquela queimadura pequena no fogão. Em minutos ou horas, sentimos a pele quente, inchada e vemos uma vermelhidão. O organismo manda uma legião de glóbulos brancos para a região para conter o “invasor” e reparar o tecido. Essa defesa é rápida, intensa, passageira, e, quase sempre, se resolve sozinha quando o corpo retoma o equilíbrio. 

Já a inflamação crônica é outra história. Não tem motivo óbvio, nem tempo determinado. Vejo casos em que vírus silenciosos, bactérias persistentes, exposição constante à poluição ou mesmo a obesidade vão, aos poucos, ativando o sistema imune de modo contínuo. A resposta dos glóbulos brancos se torna uma engrenagem que nunca desliga, provocando danos aos vasos sanguíneos, articulações ou até mesmo ao coração. Doenças reumatológicas, cardiovasculares e, claro, alguns tipos de problemas circulatórios estão ligados a esse quadro de inflamação arrastada.

Inflamação crônica é um fogo baixo queimando o corpo por dentro, silenciosa e perigosa.

O papel da dieta nessa história

Quando comecei a pesquisar mais profundamente sobre alimentação e saúde vascular, encontrei um consenso em diversos estudos, além da experiência prática em consultório: o padrão alimentar é mais determinante do que qualquer alimento individual isolado. Algumas escolhas, infelizmente corriqueiras, contribuem para aquele combustível que alimenta a inflamação.

  • Excesso de gordura de origem animal (como carnes processadas e queijos amarelos);
  • Consumo exagerado de açúcar e farinhas refinadas;
  • Pouca ingestão de frutas, legumes e verduras frescos.

Segundo as discussões que temos nos treinamentos da ATTA e nas conversas com a nutricionista Suellen Silva, coordenadora do ATTA Nutricion, percebo que as pessoas procuram “vilões” em alimentos específicos. Na verdade, o que mais pesa é a alimentação rotineira, aquela combinação diária de pratos e bebidas que, ao longo dos meses ou anos, favorece ou não a saúde dos vasos.

Salada colorida com legumes frescos e frutas em uma tigela Vegetais à frente e a inspiração mediterrânea

Se há um padrão alimentar digno de elogios, na minha visão, é o que se aproxima da chamada dieta mediterrânea. Já li muitos artigos sobre como essa alimentação valoriza frutas, legumes, hortaliças, azeite de oliva extra virgem, oleaginosas, leguminosas e peixes. O uso de carnes é moderado, o queijo não é protagonista e os doces são esporádicos.

Mais do que modismo, o que chama atenção é a lógica por trás:

  • Vegetais não têm colesterol e trazem nutrientes antioxidantes e fibras;
  • O azeite fornece gorduras boas que protegem os vasos;
  • Peixes e oleaginosas contribuem com ômega 3 e proteínas de boa qualidade.

Durante os treinamentos na clínica ATTA Concept e nos cursos ATTA For You, compartilhamos esses princípios como base para médicos que pretendem, inclusive, orientar pacientes. O papel dos vegetais nunca é pequeno: eles sempre ocupam o centro do prato.

Calorias: a matemática inevitável

Uma dúvida que vejo sempre é sobre quantidade. Já presenciei colegas dizendo que “fruta engorda”, mas a verdade é simples: toda caloria em excesso vira gordura corporal, independentemente da fonte.

O corpo humano armazena energia do queijo, do pão e até da banana se houver sobra no balanço calórico.

Assim, o caminho está em priorizar vegetais, ajustar as porções de fontes animais e controlar açúcar e massas. Nem tudo é proibido, consumir carne magra na medida e até uma sobremesa de vez em quando faz parte da vida real.

A nutrição no apoio ao retorno venoso

Neste ponto, costumo ressaltar um fator específico aos médicos e pacientes que atuam ou buscam aprimorar conhecimento sobre varizes: a alimentação tem papel no fortalecimento das veias e dos músculos que facilitam o retorno do sangue das pernas ao coração.

Alimentos ricos em vitamina C, flavonoides e fibras ajudam na elasticidade dos vasos e na defesa antioxidante.

  • Cítricos (laranja, limão, acerola, kiwi);
  • Frutas vermelhas (morango, amora, mirtilo);
  • Folhas verdes escuras (couve, espinafre);
  • Leguminosas e grãos integrais (feijão, lentilha, quinoa).

E algo pouco discutido, mas que faço questão de abordar: o fortalecimento muscular, especialmente das panturrilhas, é crucial para a circulação. Elas funcionam como bombas que impulsionam o sangue para cima, e uma alimentação equilibrada, associada à atividade física regular, favorece esse mecanismo.

Sempre reforço aos colegas e alunos dos cursos ATTA sobre a necessidade de valorizar orientações nutricionais em protocolos de assistência à flebologia moderna. Inclusive, alguns conteúdos exclusivos do nosso blog detalham esses conceitos com exemplos práticos.

Desmistificando dietas anti-inflamatórias e guiando escolhas

Apesar do boom recente das chamadas dietas anti-inflamatórias, noto que boa parte do conhecimento sobre padrões alimentares saudáveis já existia muito antes da popularização dessas tendências. O guia alimentar do brasileiro, por exemplo, é uma fonte confiável de orientações simples e acessíveis sobre escolhas alimentares do dia a dia.

No ATTA Nutricion, nossa equipe orienta médicos e também pacientes na busca pelo equilíbrio alimentar, tornando o acompanhamento multidisciplinar ainda mais próximo e eficiente.

Para quem se interessa em aprofundar no diagnóstico e manejo moderno das varizes, recomendo a leitura de conteúdos sobre doppler vascular, sobre tratamento a laser e mapeamento venoso, todos disponíveis no nosso blog. E, caso queira entender melhor os mitos associados ao tratamento moderno das varizes, também temos um artigo que esclarece muitos pontos, disponível neste link.

Conclusão

Quando pensamos em nutrição e saúde dos vasos, não adianta focar em um único alimento ou suplemento: é a escolha diária, constante, equilibrada, que constrói a proteção do nosso sistema circulatório. Da mesma forma, não há segredo individual capaz de resolver tudo; o equilíbrio é o melhor aliado da saúde vascular. Minha sugestão, como médico e educador, é apostar nos vegetais, moderar carnes e açúcares e buscar fontes de conhecimento confiáveis, como o guia alimentar brasileiro e a equipe multidisciplinar da ATTA Concept. Se você deseja aprimorar sua prática clínica, expandir seu olhar para a flebologia moderna e oferecer ainda mais segurança e resultados aos seus pacientes, conheça mais sobre nossos cursos e fale com nossa equipe. Vamos juntos transformar a flebologia e construir uma nova realidade em saúde vascular.

Perguntas frequentes

O que são varizes e por que aparecem?

Varizes são veias dilatadas e tortuosas, que aparecem principalmente nas pernas por falha nas válvulas responsáveis pelo retorno do sangue ao coração. Essas alterações podem surgir por fatores genéticos, gestação, sedentarismo, excesso de peso, envelhecimento e hábitos alimentares inadequados. Em minha experiência, percebo que a soma de herança familiar e estilo de vida pesa bastante no risco de desenvolver varizes.

Como a alimentação influencia nas varizes?

O padrão alimentar afeta diretamente a saúde das veias e a circulação. Uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras fortalece os vasos, enquanto alimentos ricos em gordura saturada e açúcar favorecem processos inflamatórios que podem agravar o quadro das varizes. Bons hábitos nutricionais ainda colaboram na manutenção do peso e da massa muscular, fundamentais para o retorno venoso.

Quais alimentos ajudam na saúde vascular?

Alimentos que contribuem para a saúde vascular, na minha prática, são aqueles ricos em antioxidantes, fibras e vitaminas. Entre os destaques:

  • Frutas cítricas (laranja, acerola, limão);
  • Frutas vermelhas (amora, morango, mirtilo);
  • Hortaliças e leguminosas;
  • Oleaginosas (nozes, castanha, amêndoa);
  • Peixes (principalmente de águas profundas).

Esses alimentos ajudam na elasticidade e resistência dos vasos, assim como favorecem o fluxo sanguíneo e a ação antioxidante.

Existe dieta específica para prevenir varizes?

Não existe uma única dieta para prevenir varizes, mas padrões alimentares como o mediterrâneo, centrados em vegetais, azeite, peixes e baixo consumo de carne, açúcar e ultraprocessados, são bastante favoráveis. O que funciona é o conjunto das escolhas e a regularidade, não um alimento isolado. O acompanhamento nutricional multidisciplinar, como praticamos na ATTA, potencializa os resultados.

Como a inflamação afeta as veias?

A inflamação, especialmente quando crônica, compromete a estrutura e função das veias. Glóbulos brancos ativados constantemente liberam substâncias que enfraquecem as paredes dos vasos, prejudicam as válvulas venosas e podem causar ou agravar varizes, tromboses e outras doenças do sistema circulatório.

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Técnica ATTA
Daniel Amatuzi

Sobre o Autor

Daniel Amatuzi

Dr. Daniel Amatuzi é o criador da Técnica ATTA e referência na área de flebologia. Sua paixão por inovação e ensino levou à fundação da ATTA For You, onde dedica-se a formar médicos vasculares para atuarem com excelência na flebologia moderna. Amatuzi acredita no poder do aprendizado prático, da tecnologia e do networking como diferencial para o crescimento profissional e para o aprimoramento dos tratamentos de varizes no Brasil.

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